22/04/21

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 Estóriasdahistória

No dia 19 de Abril de 1943: Início do Levantamento do Gueto de Varsóvia
Os 60 mil judeus que ainda sobreviviam no gueto de Varsóvia, Polónia, iniciaram um levantamento no dia 19 de Abril de 1943 contra as tropas nazis, que tinham recebido ordens de Hitler para exterminá-los. O combate, desesperado e desproporcional, duraria até 16 de Maio. Sete mil judeus morreram com as armas em punho. Os demais foram conduzidos a campos de extermínio.
As forças nazis tentavam eliminar o gueto judaico da cidade quando se depararam com o fogo dos resistentes judeus, liderados por Mordechai Anielewicz, Iosef Levartowski, Andrej Schmit e Michal Klepisz, de diferentes orientações políticas, que se uniram para enfrentar o inimigo. “Estamos limitados, mas não caídos. Dos nossos esconderijos, ataquemos o inimigo. Se for para morrer, morramos como heróis, para permanecermos vivos à posteridade.”, dizia o manifesto que dava vida ao Levantamento do Gueto de Varsóvia.
Pouco depois da invasão da Polónia pela Wehrmacht em Setembro de 1939, perto de 500 mil judeus polacos foram confinados em deploráveis condições numa área de cinco quilómetros quadrados, onde normalmente poderiam viver 200 mil. O gueto foi cercado por um muro de três metros de altura e arame farpado vigiado por soldados das SS. Quem quer que fosse apanhado a tentar fugir era fuzilado. Os nazis controlavam também a quantidade de alimentos levada ao gueto, obrigando os judeus a viveram basicamente de um prato de sopa por dia. Doenças e inanição mataram milhares todos os dias.
A partir de Julho de 1942, cerca de seis mil judeus eram transferidos a cada dia para o campo de concentração de Treblinka. Diziam os nazis que eles estavam a ser transferidos para campos de trabalho, mas logo se soube que na verdade levá-los para campos de trabalho significava a morte.
Ante este quadro, uma resistência subterrânea formou-se: a OJC (Organização Judaica de Combate). Armas de porte reduzido eram adquiridas a alto custo a organizações polacas antinazis. A resistência, armada com armas ligeiras, foi capaz de resistir à continuidade da deportação, atacando os nazis do alto dos telhados e dos sótãos. Um inverno severo e a falta de comboios também contribuíram para a redução das deportações.
Quando chegou a Primavera, em 19 de Abril de 1943, o líder nazi Heinrich Himmler anunciou que o gueto deveria ser esvaziado à força em homenagem ao aniversário de Hitler, que seria no dia seguinte. Cerca de dois mil soldados SS atravessaram as barreiras com tanques, obuses, lança-chamas e metralhadoras, contrapondo-se aos cerca de mil judeus que portavam pistolas, fuzis, granadas caseiras e coquetéis Molotov.
A resistência judaica mostrou-se capaz de rechaçar os ataques durante 28 dias. Milhares foram massacrados à medida que as tropas alemãs avançavam, fazendo explodir os edifícios um a um. Os combatentes da OJC foram aos esgotos para continuar a luta. Em 8 de Maio o bunker de comando caiu diante dos nazis.
Finalmente, em 16 de Maio, o general SS Jurgen Stroop assume o controlo total do gueto. Teve então início uma maciça deportação para Treblinka. Durante o levantamento cerca de 300 soldados alemães foram mortos e cerca de mil feridos. Mais de 56 mil judeus foram massacrados. Virtualmente todos os sobreviventes do levantamento levados a Treblinka foram exterminados até o fim da guerra.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)

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