Todos nós já ouvimos trocas e confusões feitas por crianças com três, quatro e cinco anos em relação ao conceito de tempo:
- Eu amanhã fui à praia.
- Eu ontem vou com o meu pai ao cinema.
- Sabem que horas são? São quarenta e catorze.
- Quantos dias faltam para os meus anos? Um mês? Isso é quanto tempo?
Os conceitos temporais são aqueles que mais dificilmente são adquiridos pelas crianças pequenas, porque são conceitos abstratos. Com exceção do dia e da noite, que as crianças podem "ver", todos os outros vão sendo progressivamente interiorizados através das vivências do dia a dia.
Na educação Pré-escolar trabalhamos estes conceitos com atividades diversas como por exemplo descrever acontecimentos passados, ordenar imagens em sequência cronológica, recontar histórias respeitando a sequência das ações, as rotinas diárias, mapas do tempo, de presenças..., observar e registar ciclos de vida das plantas (germinação do feijão, por exemplo), dos animais (bicho da seda...), observar mudanças sazonais, jogos de começar e parar (com ampulhetas, música...) e tantas outras.
"Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres por exemplo às quatro, às três já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas, se chegares a qualquer hora, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito... são precisos rituais..."
O Principezinho, Antoine de Saint- Exupéry
A sabedoria implícita neste texto tão conhecido de todos nós faz-nos compreender a necessidade de respeitar os "tempos" das crianças e as "rotinas" do seu dia a dia na escola. A segurança emocional que a criança sente por conseguir prever o que vai fazer a seguir é fundamental para o seu bem-estar.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa aqui o teu comentário e não te esqueças de assinar.